"Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende"
Leonardo da Vinci

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Partida e Chegada

Rio de Janeiro, 28 de setembro de 2010.

Meu dia começou sem que 27 de setembro tivesse terminado. Na preocupação com os últimos detalhes a serem vistos antes de deixar minha terra por um ano e nas despedidas dos familiares e amigos queridos, não dormi na noite que antecedia minha partida... É... Se o Red Bull te dá asas eu não sei, mas que foi ótimo para me manter acordade, ah isso foi...

Pronto.

Despedi-me de amigos queridos e familiares, alguns pessoalmente e outros por telefone. Despedi-me da minha "trupe animal": Bibola (Bybba), Belota (Bella), Biazuska (Bia), Hulcão (Hulk), Billy-Billy (Billy) e Ashtanga (Ash); pois é, todos tem apelidos...

Malas prontas, coração apertado, partimos com destino ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro / Galeão - Antônio Carlos Jobim, eu, mamãe, tia Rosana e Luiz, um amigo querido. Lá encontramos com Renata (Picachú), minha amiga-irmã-siamesa que também quis estar ao meu lado nesse momento, dando muitos conselhos ao pé do ouvido que me fazem corar só de pensar em reproduzi-los...


Na hora do embarque, aconteceu... Chorei como um bebê ao abraçar minha mãe, essa mulher fantástica de abraço quente e pele macia, sempre cheirando a perfume e nicotina, cheiro que me reconforta e protege; essa mulher que sempre esteve ao meu lado e cujos carinhos sempre estiveram tão perto e que, agora, me dava o último abraço dos próximos meses.

Entrei no setor de embarque com crachá no peito, um travesseirinho de viagem nos braços (o meu querido "muchiba") e o rosto vermelho de choro.

Ao apresentar meu passaporte, o rapaz que me atendeu perguntou-me quanto tempo eu ficaria fora e tentou consolar-me. Se despediu de mim saindo de sua cabine e falando que Deus estava ao meu lado. Amém. Achei reconfortante, mas as lágrimas teimavam em descer...

Quando embarquei, as comissárias me perguntaram se estava tudo bem e, tal qual um bebê, eu explicava a todas que estava tudo bem, mas que ia ficar com saudades da mamãe... Buá! Quero mamãe! rsrsrsrs Que cena!!!

Mas, acreditem, o carinho que recebi de todos foi incrível.

Depois de acomodados todos os passageiros, uma comissária me chamou e me levou ao segundo andar do avião: eu acabara de receber um "upgrade" da classe econômica para a classe executiva...

Sentei-me entre duas senhoras muito simpáticas e fomos conversando boa parte do caminho. Uma explicou que estava indo a Roma passar 2 meses com o marido que mora lá; a outra, Karina, estava indo a Inglaterra visitar os filhos que estão morando lá. Karina, uma simpática alquímica, contou-me sobre plantas e suas propriedades e ensinou-me a fazer licor de flores, receita dela e que experimentarei. Infelizmente, esqueci-me de trocar telefones, orkut, facebook, ou qualquer outro desses meios de contato...

Em Paris, aguardei por pouco mais de uma hora o voo para Toulouse e, às 11:45 (horário local) do dia 29/09, depois de 14 horas de viagem e 5 horas de fuso, cheguei a Toulouse.

Borchia, responsável pelo curso de mestrado em que estou inscrita, havia se oferecido para buscar-me no aeroporto, mas nos desencontramos. Esperei por cerca de 2 horas no aeroporto e, por fim, peguei um táxi que, 29 euros depois, deixou-me na porta da ENAC.

Chegando na ENAC, tentei localizar Borchia, pois ele havia reservado um "studio" para mim.

Informada que ele estava em reunião e que só se liberaria depois das 15:30, esperei, e esperei, e esperei, até que, exausta da viagem e com o sono acumulado, dormi sentada na recepção.

Fui acordada por um senhor de nome Jean, proveniente do Congo, que, como um anjo, resolveu tudo para mim.

Isabella, uma simpática funcionária da ENAC e cujo pai mora no Espírito Santo (Brasil), mostrou-me onde ficavam os prédios dos alojamentos dos estudantes e Jean, o anjo João, ajudou-me a levar minha bagagem até a recepção dos alojamentos.

Depois vou mostrar-lhes o mapa da ENAC e a distância percorrida por mim e por Jean, cada um arrastando uma mala de cerca de 28Kg, inclusive por um trecho todo recoberto por uma grossa camada de cascalho...

Realmente Jean foi um anjo que caiu do céu e que, como disse em tom jocoso, porque estava sempre "au service des dames", me ajudou muito.

***

2 comentários:

Edu Corrêa disse...

Começo pelo começo: precisava ver o início desta sua história para poder comentar alguma coisa. Tal como leio um livro (isso é raro! rsrsrs), sempre passo pela folha de rosto, pelos agradecimentos, introdução... até o primeiro capítulo (Coisa de gente chaaaata e detalhiiiista).
Então, eis meu primeiro comentário: apesar das difulculdades logo na chegada, quanta proteção e ajuda você recebeu, Olhos Brilhantes! Será que exatamente pelo que estes olhos diziam? Sei lá, mas acredito que isso é merecimento. Não importam as adversidades; se merecemos ajuda (e conseguimos vê-la), ela está lá, ao nosso lado.
Pode ser também que a poética francesa impregne a ótica dos visitantes, mas só poderei afirmar isso o dia que pisar nestas terras. Em que você apostaria?

Ju Foch disse...

Edu,
é verdade... Mas, sabe? Papai do Céu é muito bom comigo e sempre manda anjos para a minha vida a quem chamo de amigos.