"Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende"
Leonardo da Vinci

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Quem fala demais...

Fonte: Valium50
Lia o jornal de hoje quando me deparei com a matéria : « Para presidente da PETROBRÁS, ‘o problema do Rio são os cariocas’ ».
Como carioca que sou, achei o título um tanto « curioso » e resolvi ler a matéria em busca de uma explicação que, racionalmente, justificasse a estranha conclusão do presidente da PETROBRÁS.
Vi que a declaração fora dada diante de empresários, o que não é o suficiente para bem delimitar o contexto, mas que faz crer que tal manifestação foi feita num evento público.
Depois veio a explicação: o presidente da PETROBRÁS, Sr. Gabrielli, que é bahiano e disse que o comentário era « uma piada sobre os cariocas em relação aos baianos ».
Olha o problema : uma pessoa pública resolve fazer uma piada de mau gosto, sem qualquer pertinência com o assunto em debate, em um evento público, e, ainda, não satisfeito, « lança » a informação de uma suposta rivalidade entre bahianos e cariocas, rivalidade esta que, até onde sei, jamais existiu .
Situações como estas me fazem pensar num ensinamento de meu pai que, em tom de brincadeira, dizia : quem fala demais dá bom dia aos animais…

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terça-feira, 26 de julho de 2011

Racismo, xenofobia e preconceitos afins

Discutíamos, um grupo de franceses e eu, sobre um colega francês (estereótipo : pele branca, cabelos e olhos claros e constante « cara de nojo ») que, ao se referir a um homem negro que vendia amendoim na beira do Sena, empregou uma expressão extremamente racista para « justificar » o fato de recusar-se a comer os amendoins vendidos pelo senhor.
A expressão empregada, evidentemente, chocou a todos, pois mostrava uma faceta oculta de um colega que ninguém imaginava sofrer dessa « doença social ».
Eis que uma das meninas do grupo parte em defesa do colega dizendo que, na verdade, ele não era racista, tanto que havia « ficado » com uma brasileira num passado não muito distante.
Nesse momento, algumas fichas resolveram cair simultaneamente .
A primeira, que eu achava até interessante : muitos estrangeiros acham que os brasileiros são todos negros e estranham ao saber que eu sou brasileira, em razão da pele branca. A eles, explico, sem que isso me cause qualquer constrangimento, que o Brasil sempre abrigou uma enorme gama de imigrantes de todas as partes do mundo, e que, por isso , a miscigenação (mistura de diferentes etnias) é muito grande, havendo, portanto, pessoas com as mais diferentes características físicas.
A segunda, e essa eu posso dizer que me causou um belo choque, foi que o racismo (idéia absurda de que haveria diferentes "raças humanas" e que haveria uma superioridade entre elas) e a xenofobia são parentes muito próximos, o que, instintivamente, todos sabem, mas, acredito, nem todos têm o desprazer de vivenciar. De repente, a etnia brasileira passou a ser uma raça e o fato de um francês ter « ficado » com uma brasileira seria o suficiente para « provar » que uma pessoa como ele, que trata com desdém e preconceito uma pessoa de pele negra não é, de fato, racista.

Em tempo, alguns esclarecimentos : « etnia » é palavra derivada do grego e significa « povo », pessoas unidas pela mesma língua e pela mesma cultura, enquanto que « raça » é um termo altamente criticado, ligado a um conceito antropológico, segundo o qual a « raça humana » comportaria « subraças » ligadas à cor da pele. Por fim, a « xenofobia » é a aversão a pessoas e coisas estrangeiras.
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Até a padaria tira férias

Fonte: Blog da Rosa Nina
Perto da minha casa há uma padaria em que a vendedora já me conhece e sabe o pão de que gosto. 

Há uns quinze dias, contudo, percebi que a padaria estava fechada. No dia seguinte, a mesma coisa. 

Pensei que talvez tivesse havido um falecimento na família dos proprietários, único motivo razoável para um comércio estar fechado em pleno horário comercial. 

Vi que havia um aviso na porta, mas nem olhei, presumindo se tratar de aviso de falecimento.

Alguns dias se passaram e a padaria continuava fechada. 

Resolvi ler o tal aviso. Quem sabe a padaria faliu? Mudou de endereço? Não! Para minha surpresa, o papel afixado à porta anunciava que a padaria estava de férias por 15 dias. Isso mesmo. A padaria tirou férias; ou melhor, todos os funcionários da padaria, ao mesmo tempo, saíram de férias!

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domingo, 24 de julho de 2011

Quando o Google Tradutor apronta...

Essa é para as mulheres e para os homens que cuidam de suas mulheres...

Conversava com uma amiga francesa sobre cólica (sim, mulheres além de sentirem cólica, conversam sobre o assunto) e ela me garantiu que não havia uma palavra em francês que significasse "cólica", sendo empregado algo como "dor da regra", pois é, em francês a menstruação também pode ser chamada de "regra" (règle).

Não muito satisfeita, recorri ao moderno "pai dos burros", mas dos burros, burros mesmo, o "Google Tradutor".  Malandra, achando que tinha encontrado a pólvora, escrevo "cólica" e o guru eletrônico traduz imediatamente: "coliques".

Está vendo só, pensei, existe uma palavra!!! Felizmente, antes de me sentir a próxima ocupante de uma cadeira da Academia Brasileira de Letras, comentei com a minha amiga que eu havia encontrado essa palavra, mas ela me explicou que o Google Tradutor havia me pregado uma peça: coliques não significa "cólica", mas "piriri", daqueles que você tem que sair correndo para o banheiro para não passar vergonha.

Tudo bem, dessa vergonha eu fui poupada, não precisei correr pra lugar nenhum, nem falei essa abobrinha para ninguém além da minha amiga (até agora), mas imagina a cena: uma pessoa olha no seu Google Tradutor, faz a tradução on line e vai à farmácia para buscar um remédio que alivie a sua dor e sai de lá com uma caixa de "rolha em cápsulas" que não só não vai tirar a cólica, mas vai lhe causar uma enorme constirpação. É... Sobreviva ao Google Tradutor!

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domingo, 17 de julho de 2011

Le Bourget

No final de junho, aconteceu aqui nos arredores de Paris, o "Le Bourget", um salão bianual dedicado à aviação civil.

Durante uma semana inteira, o salão era de acesso exclusivo aos profissionais da área, e, no final de semana, estava aberto ao público, que lotou o local, em especial para ver o voo do AirBus A380, que, realmente, impressiona, por seu tamanho e seu peso, que pode ser sentido observando seu voo.
A multidão que aguarda para ver o voo do A380

Para os que gostam de aviões e se interessam pela aviação civil, fica a dica: o Bourget será realizado novamente em 2013, provavelmente em junho.


Um dos stands brasileiros

Stand da ENAC e da DGAC


Colina de Licabetus - Atenas

Há em Atenas uma colina, a colina de Licabetus, de onde é possível ter uma visão fantástica da cidade.

A subida é meio íngreme e cansativa. O que fiz, e recomendo, foi subir de táxi e descer a pé. 

Quando você chega ao alto há um restaurante charmoso, mas como é o único no alto de uma colina, pode-se imaginar que não tem os melhores preços possíveis... Limitei-me a tomar um suco de limão com bastante gelo e água (da torneira), pois fazia muito calor e o sol estava fortíssimo.

Há, ainda, uma pequena igreja, a capela de São Jorge, toda branquinha, no melhor estilo grego. Uma graça.

Vale a visita.

















Os três templos da cultura - Atenas


De acordo com o meu guia de turismo, uma visita interessante seria aos "três templos da cultura", a saber, a biblioteca, a universidade e a academia de Atenas.

Fui conferir, mas em nenhum dos edifícios havia a possibilidade de visitação no domingo. Precisei me satisfazer com a vista externa das construções, o que, apesar de interessante, não justifica considerar tal visita como algo obrigatório a quem visita Atenas e tem tantas coisas a visitar e conhecer.
 

 

Egina, uma simpática ilha grega

Para quem visita Atenas, uma boa dica é conhecer Egina, uma pequena ilha de 87km² (dois terços tomados por um vulcão extinto), localizada no Golfo Sarônico, no Mar Egeu.

A ilhota está localizada a 45 minutos de barco rápido ou 1 hora e meia de catamarã partindo de Atenas. A viagem até Egina não custa caro; a ida em barco rápido, custa em média 13 euros, e em catamarã, 9 euros. Comprando a ida e a volta juntas, paga-se em média 10% mais barato.

Chegamos à ilha e uma chuva forte se anunciava. O porto da cidade é muito interessante e me fez pensar em Búzios, quando se chega à cidade pelo mar. Várias lojinhas e restaurantes se espalham ao longo da costa e as pessoas parecem ter aquele ar de férias.

Fonte: Greeka.com
No porto, enfileirados, taxistas aguardam para fazer a viagem mais tradicional dos que desembarcam na ilha, que é cruzá-la até o outro lado para chegar ao balneário de Agia Marina, onde há as melhores e mais belas praias da ilha.

Como a chuva chegou conosco, ao chegarmos a Agia Marina fomos almoçar num dos charmosos (e simples) restaurantes da região e ficamos lá até que o céu começou a clarear. Algum tempo depois, o sol voltou a brilhar e podemos aproveitar o dia para um delicioso banho de mar nas águas calmas, quentes e transparentes da ilha.




 

 



Acrópole de Atenas

Atenas - Acrópole

Partenon
O título desta postagem pode até parecer um pleonasmo, mas não é.

Quando se pensa em Acrópole, pensa-se quase automaticamente em Atenas, como se só existisse uma Acrópole no mundo. Contudo, Acrópole, em grego, significa cidade alta e, apesar de ser a mais conhecida, a Acrópole de Atenas não é a única.

A Acrópole de Atenas foi construída nos idos de 450aC (idade média das construções), e hoje, passados quase 2 milênios e meio de história diante de tais edificações, as ruínas do que foram um dia  se mantém de pé e se submetem a trabalhos constantes de restauração. 

O Partenon, principal templo de Atenas e imagem mais "tradicional" que temos dessa cidade, e é quase que uma visita obrigatória a quem visita Atenas. A construção é imponente e é impossível não sentir vontade de entrar nessa construção, mas a vontade do turista curioso como eu não será satisfeita, pois a edificação é cercada e a visita ao interior é proibida.

Propileu
O Propileu, portal de entrada da parte sagrada da Acrópole, ainda encontra-se de pé. Durante a "escalada" de seus degraus de pedra, o visitante pode apreciar a vista e a magnitude da construção.  Descendo ao pé das escadarias antes de subir em direção do portal. Alguns se sentam nos degraus para planejarem os caminhos a seguir munidos de seus guias e mapas, já que não há muita indicação nos locais.
As Cariátides - Erecteion

Outra construção que me impressionou foi o Erecteion, templo dedicado à Deusa Atena, ao Deus Poseidon e a Erecteu, semi-deus rei de ateniense.

Na minha opinião, contudo, o que mais me impressionou foram as seis colunas talhadas em forma de mulheres, as cariátides, tamanha a perfeição das esculturas.



Templo de Athena Nike
Apesar das redes de proteção em torno das construções e da sensação de "campo de obra", a magnitude das construções é impressionante e um passeio pela Acrópole faz com que nos sintamos viajando no tempo e na história.


Odeon de Herodes Ático


O Odeon de Herodes Ático é um teatro construído no século I, localizado na Acrópole.

Incialmente, era uma estrutura fechada com capacidade para 5 mil pessoas, mas atualmente é uma estrutura aberta, sem cobertura, com uma imensa arquibancada em arco e um palco localizado próximo à muralha principal.


Odeon de Herodes Ático









Grécia


As notícias nos jornais do mundo não nos deixam duvidar da crise econômica que se abateu sobre a Grécia. 

 Na verdade, a crise se abateu sobre Portugal, Espanha, Itália, Grécia, em especial em razão da implantação do Euro como moeda da Comunidade Européia, opção que, apesar de aumentar a força econômica da Europa em relação á economia mundial, mas criou diversos problemas para a economia interna dos países da União Europeia.

Na Grécia, contudo, a situação está verdadeiramente calamitosa. As manifestações populares que acontecem por lá não deixam a menor dúvida quanto à gravidade do problema e a solução parece ser a sua retirada da União Européia, com o retorno de sua moeda nacional, opção que vem sendo cogitada.

Apesar da situação econômica, a Grécia continua sendo uma destinação muito interessante. Estive em Atenas e fiquei encantada com a cidade, não apenas em sua parte histórica, mas em todos os cantos.

Outro ponto interessante é a população grega. Antes de embarcar para a Grécia, li um guia sobre o país e encontrei várias referências à "grosseiria" e à "secura" de seu povo. Esse mito, contudo, não foi confirmado nos dias em que estive lá. Fui muito bem tratada pelos gregos, que se mostraram gentis e, até mesmo, brincalhões. A única demonstração de "mau-humor gratuito" que percebi foi no Museu da Acrópole, onde um funcionário da chapelaria me brindou com uma grosseiria desnecessária, mas inofensiva.

Além disso, apesar de não falar nem entender uma palavra de grego, encontrei em todos os lugares a gentileza das pessoas que falavam comigo em francês, inglês ou espanhol, mesmo que, por vezes, o diálogo virasse uma babel.
Talvez por causa da crise, os preços na Grécia são verdadeiramente baixos, sendo possível pegar táxi para as distâncias mais longas e pagar pouco mais que a tarifa de ônibus. Para se ter uma idéia, uma garrafa de água mineral, que nas ruas de Paris custará em média 1,80 euros, na Grécia, custa 0,50 euros.

Verdadeiramente, fiquei apaixonada pela Grécia, por seu povo, pelo seu clima. Senti-me em casa, acolhida, e saí de lá com vontade de voltar.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

L´anatomie de la sensation - Wayne McGregor

Nesta semana que passou fui ao Opéra National de Paris assitir aos bailarinos do Ballet de L´Opéra que interpretam a obra L´Anatomie de la Sensation (A anatomia da sensação) criada por Wayne McGregor com inspiração nas pinturas de Francis Bacon.

O espetáculo dura cerca de 1h15 em que você se vê mergulhado em sequencias de danças e coreografias que permitem milhares de interpretações diferentes, uma vez que evocam diferentes sensações em cada pessoa que assiste.

Fiquei encantada.

"Avec l´Anatomie de la sensation, le choréographe convie le spectateur à délaisser les amarres des codes raisonnés de l´art pour se laisser porter par ce que la découverte de ce 'réel poignant', 'rendu dans sa chaleur, dans son élasticité' lui murmure." 
("Com A anatomia da sensação, o coreógrafo convida o espectador a desatar as amarras dos códigos racionais da arte para se deixar levar pela descoberta da sua 'realidade aguda', 'encontrada em seu calor, em sua elasticidade', que nos sussurra"  - tradução livre).


Uma dica interessante para quem vem a Paris é entrar no site do Opéra com antecedência, ver o que está passando e reservar seu ingresso! O site do Opéra é Opéra National de Paris

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