"Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende"
Leonardo da Vinci

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Dê-me sua mão

Lia o blog O mundo para chamar de meu, que acompanho, e vi a postagem mais recente da Dani Gomes, a "dona daquele mundo".

Comentei, lá mesmo, sua postagem, mas como gostei muito do tema, e como gosto muito da abordagem da Dani,  resolvi compartilhar a postagem dela aqui, nesse espaço que se torna, cada vez mais, o "meu pequeno vasto mundo":

Medo
'Que medo alegre o de te esperar.'
Clarice Lispector
Perdi a conta das vezes que me prometi ignorar sua existência.

Há pouco eu não entendia a razão de seu distanciamento. Hoje sei. Tem medo de mim.

Diz-me que, articulada e envolvente que sou, terminarei por conquistá-lo. Abandoná-lo. Sumir.

Teme que lhe parta o coração de adolescente que declara ter. Foge.

Ele é o dono das minhas melhores intenções. Não me leva a sério. Fala que não me dará paz se fizé-lo.

Nem imagian o quanto desejo perder minha paz.

E o medo que tenho de que aconteça. Ou de que nunca venha a acontecer..."



= = =

Essa "pérola" eu já escutei mais do que gostaria, não pela "quantidade", mas pela "qualidade" do homem envolvido.  "Homem feito" que diz ter "medo" de mim; "medo" de se envolver; "medo" de sofrer... 

Na verdade, sei que o "medo" não é de mim, é do que a entrega representa, da perda do controle virtual que achamos ter, do "deixar-se levar". 

Fonte: Karine Moreira
É "medo", também, da potência que, muito sem querer, representamos, eu e tantas mulheres como eu.

Perde ele, por não experimentar o quanto pode ser afrodisíaca essa potência. Perco eu, por não poder desfrutar de sua companhia, tanto desejada. Perdemos nós, por não podermos compartilhar algo que poderia ser, simplesmente, muito mais. 

Hoje, sei por certo, com toda a minha "decisão" e "potência", que já assustaram quem eu queria ao meu lado, que quero alguém que deseje partilhar o delicioso "medo" da descoberta, o "frio na barriga" diante do abismo; as "borboletas no estômago" das novas possibilidades. 

Que ele tenha "medo". Não me importo. No fundo, até gosto.  Mostra que dentro de seu peito bate um coração como o meu: humano! 

O que proponho é que tenhamos "medo" juntos, um segurando a mão do outro!

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O remédio é chorar... de tanto rir

Estamos há duas semanas numa batida louca no mestrado, preparando um trabalho de contabilidade aeroportuária para um horizonte, inicialmente, de 5 anos que, depois, se tudo der certo, tem que ser projetado para um horizonte de 20 anos. São cálculos previsionais, com receitas e despesas de toda uma estrutura aeroportuária, o que é um "trabalho mostro"... 

E eu continuo sendo advogada, lembram? E como sempre digo, advogado só faz conta dos seus próprios honorários e, assim mesmo, ainda erra para mais.

E hoje, numa viagem mental, percebi que os professores desse módulo ou não têm cabelos, ou são descabelados. Como eu, para virar careca, tenho muito cabelo a perder, acho que o jeito é me descabelar, mesmo. E tem sido isso que esse trabalho tem conseguido...

Brincadeiras a parte, eu sempre gostei de matemática, mas esse módulo está sendo mais duro do que eu poderia imaginar.

E prova disso foi o ataque de bobeira de que fui acometida hoje. 

Um amigo está resfriado. Ao chegar na sala, sentou-se ao meu lado e colocou sobre a mesa um pequeno pacote de lencinhos de nariz; virou-se para mim e comentou que estava congestionado. Minutos depois ele "saca" uma enorme caixa de lenços de nariz (daqueles que usamos em casa) e a "joga" sobre a mesa, "com atitude". Voilá! 

Fonte: Histórias para rir e chorar
Eu não me contenho com a cena e começo a ter que fazer esforço para não cair na gargalhada no meio da aula. Meu amigo, vendo que eu prendia o riso, aproxima o pequeno pacote de lenços do grande (pra ficarem bem perto de mim), retira uma caixa de medicamento descongestionamente e coloca sobre a caixa de lenços, "empilhando" a farmácia que ele levara pra aula... Nesse momento, eu tive que sair da sala, pra não começar a gargalhar.

Recomposta, voltei pra sala, e passei o resto do tempo sem conseguir olhar pro lado, apesar das provocações desse meu amigo...

E depois de cerca de 8 horas trabalhando sobre cálculos, saí pra jantar com dois amigos e falamos tanta besteira que eu, mais uma vez, chorei de tanto rir...

Diante de tanto trabalho (que tem, literalmente, me deixado com dor de cabeça), chego a conclusão que, definitivamente, o riso e as boas companhias que nos fazem rir são o melhor remédio!

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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Uma ilha em mim

Fonte: Thiago Miranda
Só, cercada por pessoas; só, uma ilha em mim mesma.
Esse isolamento tão espontâneo quanto forçado me faz questionar minhas escolhas e duvidar de meu discernimento. 
O que tem o coração a ver com esse sentimento? 
Se fosse assim tão simples, não haveria no mundo rios de lágrimas a se fundirem ao mar de emoções que, juntos,  lavam as terras ressequidas de esperança e desilusão. E se não houvesse esses rios e mares, como poderíamos, boquiabertos, contemplarmos um campo árido explodir em cores e formas por um simples sorriso ou um furtivo olhar? 
A complexidade do que é simples às vezes sufoca por querer buscar respostas onde só há perguntas.  As respostas, essas só querem se tornar perguntas; não têm certeza de absolutamente nada. E as perguntas não querem ver-se respondidas; não querem transformar-se em incertezas, dúvidas; pedem apenas que as sintamos; experimentemos; conheçamos os pontos de interrogação que elas nos cravam no peito, sem consciência da dor que nos causam. 
Só, uma ilha em mim mesma, admiro o silêncio desse estado desértico, enquanto imploro pelos sons da ocupação. 
Só, cercada por pessoas; sem respostas, sem certezas; coração vazio de tudo e  tão cheio de perguntas; peito transbordando de emoções conflitantes e doendo pela pressão do vácuo que aperta e estrangula.
Na garganta, um nó que quer virar fala,  mas que se falasse, não saberia o que dizer.
Só, uma ilha que quer tornar-se arquipélago, mas teme virar-se em península.

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Precisa-se de alguém - Clarisse Lispector

" Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar."

Clarisse Lispector

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

No fim do engarrafamento, uma rolha


Estava voltando do supermercado com um colega do mestrado e um engarrafamento começava a se formar. Vendo os carros que se acumulavam a sua frente, ele, muito expontaneamente, soltou uma expressão que me fez rir: "Uh la la la la! Il y a un bouchon!"

Que em francês, define-se o congestionamento de via pública causada pelo excesso de veículos como  engarrafamento, como em português, eu sabia, pois usa-se a palavra embouteillage, que é a tradução literal do nosso "engarrafamento". O que eu não sabia era que o congestionamento fosse causado por uma "rolha" (bouchon*).

E o que me fez rir foi que, imediatamente, imaginei um grande sacarrolhas (tirebouchon) sendo conduzido pela via pública para abrir a bendita garrafa em que estávamos presos...

* Só a título de curiosidade: bouchon significa rolha, mas também significa um engarrafamento rápido.

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Cuidado: mulher trabalhando!

Sabe aquela placa de "homens trabalhando" que vemos nas estradas?

Pois é... Este blog está temporariamente passando por reformas, então: "Cuidado! Mulher trabalhando!"

Assim, ao passar por aqui, para evitar acidentes de percurso, não esqueça do seu EPI (equipamento de proteção individual) e cuidado aonde pisa...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Escolhas de uma vida - Pedro Bial

"A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: 'Nós somos a soma das nossas decisões'. 

Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.  

Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção,estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida".

Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades. 

As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços...  

Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.  

Fonte: Hiago Tamashiro
Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre.  

Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações. 

Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua...!"

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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

IdNight - trem com pista e DJ entre Toulouse e Paris

Precisava estar em Paris na segunda-feira passada em razão de meu mestrado, mas como soube em cima da hora, o preço das passagens não estava nada nada convidativo; fosse de avião (low cost), fosse de trem, a coisa estava bem salgada...

Eis que, num lance de sorte, acho uma passagem super barata no trem noturno que sairia de Toulouse às 23H00 e chegaria a Paris as 07H00. Surpresa mais que agradável e que veio acompanhada de outra: o tal trem noturno teve um dos vagões transformado em área de convivência, com espaço para jogos (inclusive poker) e um outro vagão transformado em boate, com DJ, luzinhas vermelhas e verdes piscando sobre a pista de dança e bar.

Claro que fui conferir e achei bem legal; tomei uma cerveja, curti um pouquinho de música, escapei de um carinha que estava tentando "chegar", conversei rapidamente com um fotógrafo que estava por lá, fiz umas fotos do tal vagão-boate e fui pro meu vagão descansar um pouco.

Pouco depois o fotógrafo com quem tinha conversado apareceu no meu vagão com a desculpa de que alguém estava dormindo no assento dele. Ficamos conversando mais um pouco e, como eu já estava dando sinais de sono (com direito a bocejos incontroláveis), ele disse que ia procurar um assento para poder dormir. Nos despedimos e eu me acomodei para dormir um pouquinho. Quando estava quase pegando no sono, ele voltou dizendo que não encontrou onde dormir (detalhe: o trem estava super vazio... mas tudo bem) e perguntando se poderia ficar ali, nos assentos em frente aos meus. E ali se acomodou e dormiu. Quando chegamos a Paris, ele me pediu papel e caneta. Dei-lhe um bloquinho de notas que uso em aula que diz: "mulher a beira de um ataque de nervos". Ele leu, riu da mensagem do bloquinho e anotou seu e-mail e o endereço de seu site na Internet. 

O trem "night" teve direito a música, cerveja e até bilhetinho...

Matéria publicada sobre o trem noturno IdNight: http://articles.latimes.com/2010/nov/14/travel/la-tr-1003-nighttrain-20101114

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Chiados na comunicação

Fonte: Brigue Beagle
Conversava com um amigo sobre minha ultima postagem e notei que ele estava bastante “descontente” com seu conteúdo.

O diálogo foi mais ou menos assim:

Amigo (A) - Oi. Acabei de ler seu blog.
Ju - Que bom!
A - No Brasil também tem muitos sites de relacionamento...
Ju - Ah, é? Eu só conheço o (não vou fazer propaganda)
A - Esse é o mais famoso, mas tem outros
Ju - Você já encontrou alguém que tenha conhecido por esses sites?
...
A - Conhecer alguém pela internet é igual a conhecer na night.
...
Ju - Eu não estava criticando o uso da Internet para conhecer pessoas, muito pelo contrário, digo no blog que toda forma de busca é válida.
(E lá fui eu reler minha postagem... “Será que eu estava bêbada? Me lembro que não critiquei o uso da Internet...”)
A - O relacionamento não é virtual, só o começo é que é pela net.
Ju - Mas eu não disse que era um relacionamento virtual
A - Disse sim!
(Caramba! Lá vou eu novamente reler o que escrevi. Leio uma, duas, três vezes. Não! Eu não disse que era “relacionamento virtual”, em momento algum)
Ju - Pode reler que vc vai ver que eu não falo em “relacionamento virtual”. Não tenho nada contra o uso da Internet para conhecer pessoas, o que eu critico é o uso de máscaras, o que sempre existiu em qualquer tipo de “aproach”, mas que, com a Internet, ficou ainda mais fácil. As pessoas tem mais ferramentas para “se formatarem” à personalidade alheia.
A - Mas isso tb existe nos relacionamentos que não começam pela net.
Ju - Sim, mas eu também disse isso.
A - Então qual é a novidade?
...

Qual a novidade?! Mas eu não tinha nenhuma intenção de inovar em nada... Ainda mais escrevendo sobre relacionamentos (tema batido e surrado, mas sempre atual).

Fonte: Polalaroids
Dessa história, aprendi que a interpretação pode fazer surgir palavra onde não existe e criar atritos onde não deveria haver. Se eu digo que detesto roxo posso lhe desagradar porque vc adora roxo... mas depois podemos descobrir que o que é roxo pra mim, pra vc é azul escuro e que vc tb não gosta do “seu” azul escuro... Pronto! Estávamos falando a mesma coisa mas de formas diferentes e a bendita interpretação foi quem causou um chiado na nossa comunicação...

Enfim, depois dessa conversa com meu amigo, acho importante esclarecer: eu não tenho nada contra o uso de sites de relacionamento para encontrar A pessoa; o que me desagrada são as “falsificações de personalidade”, que existem não é de hoje mas que, atualmente, podem ser feitas com maior “sofisticação”, graças ao “moderno sistema de cruzamento de dados”, como diz a propaganda de um desses sites aqui na França.

Então, vai um conselho (se quiser, use; se não quiser, pode reciclar): quando quiser se relacionar com alguém, seja você do início ao fim; se A pessoa tiver que gostar de vc, gostará mesmo com os pequenos detalhes que vc acha que podem incomodar... e se ela não gostar, é porque não era A pessoa.

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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Searching: uma nova forma de encontro...

Fonte: Carinhas Personalizadas

Aqui na França tenho observado uma quantidade absurda de sites de relacionamento que fazem propaganda na rádio e na televisão e prometem encontrar a pessoa "que corresponda ao seu perfil", com uso do "moderníssimo sistema de cruzamento de dados".

Interessante...

Mais uma vez, retomo o que já havia dito sobre a tecnologia: ao mesmo tempo que aproxima as pessoas, cria distâncias abissais*. As pessoas vivem tão afastadas, tão desconectadas do mundo real, que não se vêem, não se encontram, e daí vem a necessidade de recorrerem aos sites de relacionamento para encontrarem sua "cara metade", "alma gêmea", "metade da laranja" ou como quer que prefiram chamar.

Tudo bem. Toda forma de busca é válida, muito embora "cruzamento de dados" e "correspondência de perfis" não me pareçam expressões muito adequadas à temática de relacionamentos afetivos.

Mas, passemos ao largo da adequação dos instrumentos utilizados.

Surge, então, um outro problema que, ao meu ver, é ainda mais preocupante: a aplicação do "marketing pessoal" como base para o início do relacionamento. No lugar da autenticidade e da sinceridade, que, sabemos, podem ser assustadoras, as pessoas vão se "moldando" ao que o outro quer ouvir, o que o outro gostaria de encontrar, num verdadeiro contrato de compra e venda que parece com aquelas promovidas por vendedores picaretas de carros usados e batidos, com meia-dúzia de disfarces para os defeitos com os quais você se deparará após 3 meses da compra.

A imagem é fabricada: o sedentário se diz atleta; o que não conhece nem o som do próprio assobio, cantor; a menina que não entende nada de futebol, diz-se "torcedora fanática" do... "peraí, qual o time dele, hein?"; e por aí vai.
E assim as imagens forjadas de uns vão encontrando as imagens forjadas de outros e... a decepção é o caminho mais óbvio e direto desse encontro de personalidades fabricadas, de perfis compatíveis, dae seres formatados.

E, em breve, as pessoas estarão precisando solicitar que o perfil selecionado apresente a certificação ISO 9001, para terem certeza que seu pretenso par possa "de forma consistente e repetitiva, fornecer os bens e serviços de acordo com o que você especificou"** e de que "suas necessidades estejam compreendidas, aceitas e atendidas"**. 



* En France - Tecnologia: unindo e separando
**Definição retirada do portal do INMETRO na internet.


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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Saint Paul´s Cathedral - Londres


A Catedral da diocese de Londres e é considerada uma das construções mais belas do mundo.


Realmente, a beleza dessa catedral me encantou dezesseis anos atrás quando entrei nela pela primeira vez e, uma vez em Londres, não poderia deixar de visitá-la mais uma vez.

A Saint Paul´s Cathedral que vemos hoje é a quinta contruída na mesma localização, sendo que a primeira foi fundada em 604 dC. A catedral atual tem 111m de altitude e, de 1710 a 1962 ela era a construção mais alta de Londres e seu domo está entre os mais altos do mundo.

A visita consome algumas horas e, infelizmente, não pode ser fotografada... Por outro lado, o visitante pode adquirir um livro sobre a catedral, ricamente ilustrado com fotos magníficas de todos os muitos detalhes dessa construção (acho que eles pensaram nisso... $). 

Fonte: Wikipedia.org

Ponto favorável é que a visita pode ser acompanhada por um "audio-guia" (na verdade, um "video-guia"), sem nenhum custo adicional (ao da entrada, entenda-se). O vídeo-guia é um iPhone com a sequencia da visita toda explicada em audio e diversos vídeos sobre a história dessa magnífica catedral.

Fonte: Sacred Destinations
Nesse guia, podemos, inclusive, fotos de eventos importantes que ocorreram na catedral, entre os quais está o casamento da Princesa Diana, ocorrido em 29/07/1981, cena que me encantou na infância (o que, só agora percebo, eu não deveria nem lembrar, afinal não tinha sequer 3 anos de idade).

Outro ponto de encantamento e contemplação é a parte da coro da catedral, magnificamente trabalhado com diversos mosaicos que remetem à gênese. Não tem como não ficar absorto por tamanha riqueza de detalhes, mesmo que isso signifique um belo torcicolo...

Vista da Stone Gallery
O passeio requer fôlego, pois além do nível do solo e da cripta, o visitante pode conhecer a Whispering Gallery (galeria dos sussurros), a Stone Gallery (galeria de pedra) e a Golden Gallery (galeria dourada), chegando a atingir a altitude de 85m, após subir 530 degraus, alguns deles em corredores bem estreitos.

E é óbvio que eu e minha mãe subimos todos esses degraus!


Fonte: Accommodation Near


Na Whispering Gallery, a que mais me impressionou quando visitei a catedral pela primeira vez, o formato da construção faz com que ocorra um fenômeno acústico segundo o qual, ao sussurar contra uma parte da parede, o som seja propagado ao outro lado da parede, podendo ser escutado por quem se encontra no lado oposto ao seu.


Vista da Golden Gallery
Yara descendo da Golden Gallery


Ponto desfavorável é que a Golden Gallery, situada a pouco mais de 20m do domo da catedral, tem uma área de circulação extremamente reduzida e o acesso a essa galeria não é controlado pelos funcionários. Resultado: depois de subir os 152 degraus que separam a Stone Gallery da Golden Gallery, o visitante é obrigado a se espremer contra as paredes para tentar passar entre as pessoas.  
E pra fotografar, é quase necessário o emprego de "técnica de guerrilha".

Eu adoro fotografar e realmente me perco quando estou diante de um "banquete visual", mas tenta disputar com uma excursão de orientais... É muito difícil!




A cripta, pela sequencia prevista, é o encerramento da visita. Lá existem mais de 200 memoriais, inclusive o de Christopher Wren, aclamado arquiteto inglês que projetou a catedral atualmente existente, depois da destruição da anterior pelo Grande Incêndio de Londres, em 1666, que, em 4 dias, destruiu 80% da cidade. 

Como epitáfio de Wren, seu filho mais velho, Christopher Wren Jr., mandou inscrever: "Lector, sim monumentum requiris, circumspice."  ("Leitor, se procura o memorial dele, olhe a sua volta").

Contudo, na cripta foram montados um restaurante, uma lanchonete, os banheiros e uma loja de souvenirs, "conveniências" que não estavam tão comercialmente bem estruturadas da primeira vez que visitei (e que, sinceramente, preferia que tivesse ficado como estava, pois a sensação atual é de estar num shopping, ao invés de um local de interesse histórico).




Quer saber mais? Acesse:  Saint Paul´s Cathedral


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