Micos apaixonados

Fonte: Blog de Juarez Morais Chaves

Esta não é uma postagem sobre a história do Mico Chico que, sentindo-se sozinho em seu galho, apaixonou-se pela Mica Dominica, uma macaquinha faceira que fazia suas compras numa bananeira das redondezas.

Se bem que seria possível se tratar de uma postagem sobre esses primos longínquos, já que, apaixonados, ficamos bem parecidos.

Estava pensando na minha vida e nas pessoas que passaram por ela. 

Peguei-me pensando nas vezes que achei que tinha encontrado a pessoa da minha vida, a metade da laranja, a tampa da panela, ou qualquer desses clichês tão batidos. Peguei-me lembrando das vezes que pensei que morreria pela falta de ar causada pela visão da pessoa amada, pelo aperto no peito causado pela saudade da distância ou pela dor do adeus que não quer ser dito. Ri lembrando de quantos micos já paguei por acreditar tanto na intesidade desse meu coração tão exagerado e teatral. E corei ao lembrar de tudo o que eu, embreagada por esse louco sentimento, às vezes de paixão, às vezes de tesão, às vezes de amor já traduzi minha alma em palavras.

Há aqueles que, bêbados, ligam para as pessoas e dizem coisas que jamais se lembrarão.

Eu, sóbria, embreagada apenas por esse músculo genioso chamado coração, escrevo, sabendo o que estou fazendo e acreditando que é o melhor a ser feito. E não esqueço. E depois vejo que, caramba, exagerei novamente! Ou não.

 Então podemos combinar assim: quando meus olhos brilharem demais, afastem de mim caneta, lápis, teclados. Mas afastem e escondam bem. Ou não. Deixe-me escrever tudo o que sinto. Alguém sairá com o ego massageado e eu, com o coração aliviado.

E no fim, os micos pagos sempre podem compensar em boas risadas!

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