"Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende"
Leonardo da Vinci

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Falha na comunicação

Voltava do estágio num fim de tarde qualquer quando reparei numa moça, dentro do mesmo trem em que eu estava, olhando com cara de assustada para o mapa de estações a que aquele trem servia e as outras estações atendidas por outros trens.

Fiquei uns bons minutos observando a moça e cheguei à conclusão que ela não estava chegando à qualquer conclusão. Resolvi interceder. Aproximei-me e perguntei se ela precisava de ajuda. Ela não entendeu. De francês ela dó falava "moi". Perguntei qual o idioma que ela falava (idiota, perguntei em francês). Óbvio que ela não soube responder. Passei ao método "tentativa e erro"; comecei a perguntar em inglês, espanhol e português até que conseguimos estabelecer o idioma dela: russo. Com perdão do trocadilho infame, aí a coisa ficou russa...


Como não falávamos a mesma língua, partimos para a linguagem de sinais e ela me disse (eu acho) que já estava fazendo aquele trajeto pela terceira vez e que queria ir para o centro de Paris. Peguei meu mapinha de bolso, mostrei a linha em que estávamos, onde ela deveria descer e qual o trem que ela deveria pegar em seguida para ir para onde ela me mostrou que queria ir.

Voltei ao meu assento e fiquei vendo a moça revirar o mapa que eu havia lhe dado. Sentia-me preocupada com ela, mas não sabia mais como ajudar.

Ao me ver descer, ela me chamou para que eu mostrasse a ela no mapa em que estação estávamos. Mostrei, me despedi e desci, mas carreguei comigo a frustração de não ter podido ajudar mais.

***

3 comentários:

Leandro disse...

Mais ou menos como o meu caso com as alemães. A diferença é que eu não estava perdido, do contrário, as informações que elas conseguiam me passar teriam sido tão úteis quanto as que você conseguiu passar para a menina russa. A propósito: ela também era loira, como as minhas alemãs, não?

Ju Foch disse...

Lê, é verdade. A situação foi bem parecida, mas eu não gritava com a coitada como as alemães gritaram com vc. rsrs
Quanto à cor do cabelo... "abafa o caso"... rs

Edu Corrêa disse...

Oi, minha linda 'Olhos Brilhantes'. Ainda hoje (ontem, na verdade: já são 01:20) conversávamos em nossa reunião familiar semanal sobre as diferenças entre raças, idiomas e culturas aqui na Terra, e que para que nos entendamos, de fato, bastaria a vontade nesse sentido. O fato é que, se não dificultamos a nós mesmos, acabamos dificultando aos outros qualquer possibilidade de entendimento, por diversos motivos.
Se pensarmos bem, até algum tempo a gente conseguia se virar bem só com o Grunf! Grunf!...

P.S.: Saudades de você! Estou tão atarefado... Ora dessas batemos um papo no FB. Beijos!