Voltava do estágio num fim de tarde qualquer quando reparei numa moça, dentro do mesmo trem em que eu estava, olhando com cara de assustada para o mapa de estações a que aquele trem servia e as outras estações atendidas por outros trens.
Fiquei uns bons minutos observando a moça e cheguei à conclusão que ela não estava chegando à qualquer conclusão. Resolvi interceder. Aproximei-me e perguntei se ela precisava de ajuda. Ela não entendeu. De francês ela dó falava "moi". Perguntei qual o idioma que ela falava (idiota, perguntei em francês). Óbvio que ela não soube responder. Passei ao método "tentativa e erro"; comecei a perguntar em inglês, espanhol e português até que conseguimos estabelecer o idioma dela: russo. Com perdão do trocadilho infame, aí a coisa ficou russa...
Como não falávamos a mesma língua, partimos para a linguagem de sinais e ela me disse (eu acho) que já estava fazendo aquele trajeto pela terceira vez e que queria ir para o centro de Paris. Peguei meu mapinha de bolso, mostrei a linha em que estávamos, onde ela deveria descer e qual o trem que ela deveria pegar em seguida para ir para onde ela me mostrou que queria ir.
Voltei ao meu assento e fiquei vendo a moça revirar o mapa que eu havia lhe dado. Sentia-me preocupada com ela, mas não sabia mais como ajudar.
Ao me ver descer, ela me chamou para que eu mostrasse a ela no mapa em que estação estávamos. Mostrei, me despedi e desci, mas carreguei comigo a frustração de não ter podido ajudar mais.
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3 comentários:
Mais ou menos como o meu caso com as alemães. A diferença é que eu não estava perdido, do contrário, as informações que elas conseguiam me passar teriam sido tão úteis quanto as que você conseguiu passar para a menina russa. A propósito: ela também era loira, como as minhas alemãs, não?
Lê, é verdade. A situação foi bem parecida, mas eu não gritava com a coitada como as alemães gritaram com vc. rsrs
Quanto à cor do cabelo... "abafa o caso"... rs
Oi, minha linda 'Olhos Brilhantes'. Ainda hoje (ontem, na verdade: já são 01:20) conversávamos em nossa reunião familiar semanal sobre as diferenças entre raças, idiomas e culturas aqui na Terra, e que para que nos entendamos, de fato, bastaria a vontade nesse sentido. O fato é que, se não dificultamos a nós mesmos, acabamos dificultando aos outros qualquer possibilidade de entendimento, por diversos motivos.
Se pensarmos bem, até algum tempo a gente conseguia se virar bem só com o Grunf! Grunf!...
P.S.: Saudades de você! Estou tão atarefado... Ora dessas batemos um papo no FB. Beijos!
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