"Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende"
Leonardo da Vinci

domingo, 1 de maio de 2011

Castelos de ilusões



Vejo um castelo de sólidas paredes erguidas com sonhos. Vejo um castelo de firme piso construído com desejos. Vejo um castelo coberto por um enorme telhado de nuvens e ilusões.

Vejo um castelo que não tem sequer a pretensão de ser real; nem mesmo ilusório ele pretende ser; nem castelo; nem casa de sapê. É um castelo para quem consegue ver o que não é e mesmo assim sabê-lo ali.

Castelo. Cas te lo. Cas tê-lo.

Cas tê-lo, em verde planta, em campo, num castelo imaginário, erguido do nada e dissipado no vasto espaço de um segundo, em que palavras tornam-se silêncio e o mundo, triste, fica mudo.

 Castelo de bolhas de sabão sopradas ao vento. Castelo de bolhas de sabão levadas pelo vento.

O terror do ilusório. O choque do real. E o castelo dissolve-se antes de formar-se.

E como dói a morte do que não nasceu. Como é triste a perda do que, sem ter começado, chegou ao fim.
As cartas empilhadas, de súbito, vêm ao chão. É o castelo de cartas construído ao longo dos anos que se desfaz. É o riso da criança, que vê no tombo a possibilidade de recomeço. É a lágrima do velho, que não se sente disposto a recomeçar.

É mais um castelo ilusório que se faz real, mostrando em sua dura face tudo o que não foi; tudo o que poderia ter sido, não fosse a realidade.

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