"Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende"
Leonardo da Vinci

domingo, 1 de maio de 2011

Uma experiência e um dos seus sentidos

Nesta semana que passou, vislumbrei a grande experiência dessa aventura.

Uma amiga deu um mau jeito nas costas e estava sentindo dor. Precisava ir a um médico para que ele lhe prescrevesse um analgésico. A carinha de choro dela estava evidente e, de repente, ela não se conteve e começou a chorar. E início achei que a dor fosse a causa das lágrimas, mas depois ela começou a explicar as lágrimas que rolavam copiosamente de seus olhos.

Ela é do Sul da França e estava chorando por estar sozinha aqui em Paris e não ter quem cuide dela nesse momento de fragilidade; precisa cuidar de si, sozinha, sem ter a quem recorrer.

Peguei-me pensando na minha história, no que um amigo chama de "minha trajetória".

Minha família não está a 6 horas de carro de mim; está a 11 horas de avião e um oceano de distância. Há, ainda, uma distância de fuso horário - 5 horas - que torna as interações "ao vivo" (por webcam) ainda mais raras.

Já senti dor, já precisei de colo, já sofri decepções, já tive medo, já chorei e me vi diante da incontornável realidade de estar só e ter que ser meu próprio porto-seguro, me dar colo, me dar proteção, me dar incentivo, enxugar minhas lágrimas e continuar.

Fonte: Deixa o vento soprar
Não entenda mal, nada disso é ruim. 

Sei que tenho bons e amados amigos no Brasil com quem posso contar sempre que precisar e tenho uma família que me ama e se preocupa comigo. Tenho bons e queridos amigos aqui, também, mas estamos longe por causa do estágio.

Não estou sozinha na vida; só estou temporariamente sozinha aqui. Mas isso também pode ser bom.

É óbvio que ter alguém por perto é muito bom, mas saber que você pode ir além, mesmo sozinho, é uma excelente oportunidade para conhecer sua força interior, sua capacidade e seus limites.

Perceber que você pode estar com alguém, e que isso é uma opção, nunca uma necessidade, dá outra dimensão às relações que você está disposto a viver. 

Em última análise, acaba com a história da "metade da laranja"; você não é uma fruta pela metade procurando se completar; é uma fruta inteira, plena, e se alguma outra fruta quiser, vocês podem se somar, mas nunca se completar.

***

3 comentários:

Anônimo disse...

Juju, bom dia!
Jura que você acha que uma pessoa não completa a outra. Podemos ser idependentes na vida, no trabalho, nos estudos e nos objetivos mas...não creio que isso se estenda também no amor porque ele só existe se for recíproco. Sendo assim a laranja precisa da outra metade, vc não acha. Bjssss


alfen

Ju Foch disse...

Alfen,
concordo que o amor para um casal precisa de reciprocidade; como qualquer relação afetiva; é uma via de mão dupla.
O amor, contudo, abstratamente considerado, pode existir sozinho, sem depender do outro, pois é um sentimento e não uma troca. Taí o amor platônico que confirma minha tese.
De qualquer forma, eu me referia ao ser humano do ponto de vista psicológico (e não romântico).
Claro que romanticamente é bonitinho falar em sua "metade", mas psicologicamente, somos inteiros, não há metade.
Bjs

Anônimo disse...

Oi Juju,
Desculpe pela minha falha na interpretação. Achei que você se referia das relações romãnticas. Sendo assim, do ponto-de-vista platônico, rsrsrsrs, concordo plenamente com você. Somente um registro.Esse amor abstrato entre as pessoas esta cada vez mais raro nas relações humanas. O indivíduo esta a cada dia mais individualista em torno da defesa de seus próprios interesses,

MILHÕES DE BEIJOS PARA VC.

ALFEN