"Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende"
Leonardo da Vinci

segunda-feira, 30 de maio de 2011

La Manual Alpargatera - Barcelona

 Em Barcelona há uma loja simpática que, desde 1940, produz e comercializa alpargatas feitas a mão.

A loja, a "La Manual Alpargatera", já é considerada um ponto de passagem "obrigatória" para quem visita Barcelona e já está "recomendado" em vários guias de turismo.

Entrar nessa loja dá a sensação de "túnel do tempo". Nada das luzes fortes e dos espelhos a que estamos acostumados em lojas de sapatos. Vitrines simples, sem grande decoração, os modelos de sapatos displicentemente expostos, uma cordinha que separa a parte dos clientes da parte dos funcionários, onde os pares de sapatos estão e os atendentes que, com naturalidade, atendem aos clientes que, ordeiramente aguardam seu atendimento, por ordem de chegada.

A decoração é bem interessante. Evoca os tempos remotos do início de suas atividades.

Além disso, os preços das alpargatas, desde os modelos mais "tradicionais" até os mais "modernos", são bastante razoáveis. Os sapatos feitos à mão custam quase a mesma coisa de uma alpargata de fabricação industrial.

O lugar é tão interessante e os sapatos bons e bonitos que a loja está sempre cheia e, para ser atendido, o cliente tem que se submeter a uma fila. Na primeira vez que fui tinham 20 pessoas na minha frente. Dei uma volta, lanchei e voltei e a fila diminuiu um pouco, mas continuou tendo fila...
 
Vale a pena conferir!

A "La Manual Alpargatera" está localizada na Carrer d´Avinyó, 7 - Barcelona - Espanha.

Mais informações: La Manual Alpargatera

***

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Pedras e vidraças

Uma grande amiga sempre falou que é muito fácil ser pedra, o difícil é ser vidraça. E ela podia dizer, pois estava vidraça.

Eu nunca gostei de ser pedra. Na verdade, sempre me esforcei para não sê-lo. Sempre tentei me colocar no lugar da vidraça, entender suas motivações, suas atitudes.

O interessante é que, nos colocando no lugar do outro, é possível termos uma visão bem diferente daquela que temos quando estamos na imponente da cadeira de espaldar alto de "juízes do mundo" e o dedo em riste começa a deixar transparecer toda a ridicularidade de sua soberba.

Por circunstâncias da vida, um belo dia, me vi vidraça e percebi que, apesar de minha postura de não-pedra, ainda assim as pedras eram atiradas contra mim, então vidraça, e que essas pedras malditas machucam mais do que eu imaginava.
Fonte: Tá na boca do povo

Isso não fez, contudo, mudar minha convicção; continuo a acreditar que, mesmo estando vidraça, não quero ser pedra, ainda que as pedras de hoje virem as vidraças de amanhã.

É bem verdade que julgar é mais fácil que entender, criticar é mais fácil que observar, e as fofocas... ah, as fofocas... essas são sempre mais apimentadas e interessantes que os fatos. Mas eu prefiro os caminhos menos trilhados; junto-me aos que observam, analisam, entendem, sentem empatia e se ateem aos fatos, pois só assim posso ter a tranquilidade de saber que não causei a qualquer vidraça a dor da pedra injustamente atirada.

***

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Selo Dimensional

Estava realizando uma pesquisa na Internet, em razão do estágio, e acabei encontrando uma matéria que tratava sobre um selo desenvolvido pela ANAC, inspirado nos selos de consumo de energia elétrica dos eletrodomésticos, para classificar o espaço entre as poltronas dos aviões.
De acordo com a matéria, o espaço médio da distância glúteo-joelho de um passageiro brasileiro é entre 55-65 cm. Nem preciso dizer que me peguei medindo a minha distância e que imagino que algumas das pessoas lendo esta postagem também sintam essa curiosidade. Entao, se você é uma dessas pessoas, meça! Ninguém está olhando...
Voltando ao assunto sério : de acordo com o selo, as aeronaves serao classificadas de A a E, da seguinte forma :
A – espaço entre poltronas superior a 73 cm
B – espaço entre poltronas entre 71 e 73 cm;
C – espaço entre poltronas entre 69 e 71 cm;
D – espaço entre poltronas entre 67 e 69 cm; e
E – espaço entre poltronas inferior a 67 cm.

Ainda segundo a informação, as companhias aéreas regulares que operem aeronaves com mais de 20 lugares deverão incluir a informação (selo) no sistema de vendas de passagens e exibir o selo nas aeronaves, a partir de março do presente ano.

Curiosa que só, dei uma pesquisadinha no site da Gol e da Tam para ver se elas ja exibiam os selinhos, mas nao encontrei nada ; talvez eu não tenha pesquisado direito (ok, eu até simulei uma compra de passagem, mas tudo bem), talvez a exigência tenha caído por terra (nao encontrei nenhum relato disso na net, nem mesmo no site da ANAC) ou, talvez, elas ainda nao estejam cumprindo a determinação…



Sobre a notícia:   
G1

O que se esconde por trás de uma escolha

Assistia a uma conversa entre minhas colegas de estágio. Sim, assistia, pois pouquíssimo falava, me contentando em observar. 

Discutiam sobre propriedades calóricas das bebidas alcóolicas. Qual a bebida menos calórica? Vinho branco? Champagne? Informei que era o sakê (pois é, meus conhecimentos etílicos chegam a esse ponto) e o papo descambou para comida, mais especificamente comida asiática e como nenhuma delas gostava muito de sushis e sashimis. Eu sou suspeita, pois adoro comida japonesa. Continuei na observação.

Enfim, o papo continuou e soube que uma delas havia estagiado por seis meses na Tailândia. Fiquei "babando"! Que experiência interessante não deve ter sido. 

E eis que surge a pérola objeto de minhas reflexões: desde o fim de seu estágio e seu retorno à Paris, ela nunca mais teria comido comida tailandesa. Por que ela não gosta? Não! Por que ela não encontra restaurantes Thai? Não! Simplesmente porque ela não aceita comer em restaurante Thai em que as pessoas comam com palitinhos ou com garfo e faca, porque na Tailândia se come com garfo e colher, oras!

Escutei essa explicação e comecei a observar as feições dela enquanto falava. Seu rosto se torcia em demonstrações de desprezo, faltava brilho nos seus olhos, faltava aquele fiço que a felicidade imprime em nossos rostos. A voz, também, não tinha ânimo; mantinha inevitavelmente o mesmo tom, o mesmo ritmo. Era como estar diante de um velho combatente que perdeu todos seus amigos (e esperanças) num campo de batalha. 

E isso tudo me fez concluir que eu prefiro mil vezes sofrer desapontamentos por tentar, do que fazer a infeliz escolha de, por preconceito ou pré-julgamento, não experimentar e não correr o risco de deixar-se surpreender.

Sobre calorias das bebidas (alcoólicas e não-alcoólicas): Eliminando Peso

***

Formas de silicone

Essa postagem é um momento dona-de-casa total. Então, meninos, fiquem à vontade para passar a outra postagem. 

Estou encantada com as formas culinárias em silicone. 

Para um almoço com os colegas do estágio, decidi preparar um pudim de leite, daqueles que fazemos no Brasil e que aqui você não encontra de jeito nenhum.

Como não tenho forno, mas apenas um microondas, não poderia usar uma forma de pudim "tradicional" (em alumínio) - que eu também nem tenho, mas tudo bem. Comprei, então, uma forma de silicone para experimentar.

Nunca tinha cozinhado com esse tipo de material, apesar de ter experimentado (e adorado) uma esteirinha de silicone para apoiar os morangos banhados em chocolate que preparei para o aniversário de um amigo (Comemoração do aniversário de Stephane)

Já tinha visto algumas matérias aqui na França sobre as formas em silicone, sua versatilidade e a mania que tais formas viraram entre as francesas.

De fato, esse material é bem interessante: aguenta temperaturas de -40 a 220ºC e pode ir ao forno tradicional, ao microondas e ao freezer. Além disso, é antiaderente (não precisa ser untado) e é super fácil para desenformar e para limpar.

No meu caso, como disse, fiz um pudim de leite com calda caramelizada de açúcar e na hora de desenformar foi só virar sobre o prato, sem aquela agonia de sacudir a forma e passar a faca nos cantos.
 
Esse tipo de forma, por aqui, chega a ser mais fácil de encontrar que a forma em alumínio e o preço, também, é bem razoável, custando entre 4 e 15 euros.

Para quem curte cozinhar, fica a dica!

***

domingo, 15 de maio de 2011

Barceloneta num dia de sol

Final de semana passado estive em Barcelona (Espanha).

No sábado choveu um pouco e aproveitei para fazer os passeios culturais de que tanto gosto.

No domingo, contudo, o sol brilhava forte e não resisiti. Depois de ter visitado a Sagrada Família, obra inacabada de Gaudí da qual falarei em outro post, peguei o metrô para a praia de Barceloneta.

Sandálias Havaianas, as não-originais
Biquines: Brasil x Espanha

Eu não havia previsto uma ida a praia e não tinha levado biquine para Barcelona, mas a vontade de ir a praia depois de 7 meses de abstinência era mais forte do que qualquer coisa.

Encontrei, no caminho para a praia, uma lojinha que vendia biquines e chinelos e, depois de convencer à vendedora que eu não queria um biquine de três peças ou um sunquine que mais parecia uma cueca, consegui comprar um biquine que não era tão enorme para os padrões europeus, mas que era gigantesco para os padrões brasileiros.

Isso para mim não importava, o que eu queria era ir à praia. Nem mesmo os chinelos Havaianas falsificados, com direito a bandeirinha do Brasil, nada me importava. Com aquele sol, eu só queria era chegar à praia e aproveitar o dia.

Fui caminhando até a praia, tentando encontrar onde trocar de roupa até que, ao chegar na praia, vi banheiros públicos que, pensei, seriam a cabine de troca de roupa mais perfeita do mundo.

Achei um espacinho, estendi a canga e fiquei lá curtindo o sol, brincando com a areia entre meus dedos, ouvindo o barulho do mar, vendo os surfistas, os banhistas, as crianças... Todos meus sentidos sendo brindados.

Um pouco mais tarde, um rapaz que já tinha dado duas voltas ao meu redor, literalmente, se sentou ao meu lado. Ficamos conversando um pouco em inglês, pois ele, tcheco, morando na Espanha a poucos meses, não falava muito bem espanhol. Partilhamos uma laranja e conversamos um pouco mais, me despedi e fui caminhar pela praia para curtir o finzinho daquele que tinha sido um dia tão maravilhoso.

Compartilho com vocês algumas das imagens que nos encantaram, a mim e minha câmera. Aproveitem o passeio!




















sexta-feira, 13 de maio de 2011

Vovô Porcalhão

Um dia desses, enquanto esperava o ônibus para ir à estação de trem, na minha saga para chegar em casa depois do estágio, assisti a um senhor de seus setenta anos terminar sua latinha de refrigerante e, vigorosamente, atirá-la ao chão. 

Um homem que devia ter a metade da idade do "vovô porcalhão" olhou com indignação a cena, indignação esta com a qual partilho.

Fiquei me perguntando se entrássemos na casa do "vovô porcalhão" e jogássemos no chão papéis, latas de bebidas e guimbas de cigarro, será que ele acharia normal? Não se incomodaria? Eu duvido, ainda que ele seja porcalhão até na sua própria casa.

Eu não sei a razão, mas tenho muita dificuldade de entender o que passa na cabeça de uma pessoa ao jogar lixo na rua... Se é que passa alguma coisa...

***

Segunda fase: o estágio e a tese

De coordenadora dos estagiários da Procuradoria Jurídica, passei a estagiária. É aquele velho ditado: um dia da caça, o outro...vai saber!

Há um pouco mais de um mês de estágio, resolvi fazer uma retrospectiva dessa segunda fase do mestrado.

No primeiro dia de estágio, acordei mais cedo que o de costume, peguei o RER (trem), 1 ônibus e 1 navette (mini-ônibus) e, passada 1h20, cheguei no local do meu estágio, com todos os sentimentos de dúvida, medo e curiosidade normais de quem encara algo novo.

Felizmente, fui bem recebida por todos. Recebi uma sala só pra mim; uma pilha sem mais tamanho de documentos a ler, em francês e inglês; e uma primeira tarefa: analisar tudo e preparar um documento único até o fim da semana.

Na hora do almoço, conversas em francês e inglês, ao mesmo tempo, e sobre sujeitos dos mais variados, com meu chefe de estágio observando tudo. Será que eu estava sendo testada?

Achei que se tratava de um teste, mas na verdade era apenas o começo de uma rotina verdadeiramente exaustiva em que devo produzir minha tese...

The clock is ticking...

***

Albi

Albi é uma comuna francesa do departamento de Tarn que está localizada a 85Km de Toulouse e que foi incluída como patriomônio mundial pela UNESCO em 2010.

Um amigo querido me levou a conhecer esta cidade que é um verdadeiro banquete visual. 

Um pouquinho da história de Albi:

A primeira ocupação humana data de 3000 a 600 aC. Em 1040 dC Albi, até então uma medesta cidade, experimenta um crescimento urbano que justifica a contrução da Pont Vieux (Ponte Velha), que trouxe riquezas a cidade, uma vez que os viajantes que cruzavam a ponte tinham que pagar um "pedágio".

Em 1208, em razão da perseguição aos Cathars, vários habitantes de Albi foram queimados e a cidade foi anexada à coroa francesa

Por ordem do bispo Bernard de Castanet, no final do século XIII, foi inciada a construção da Catedral de Santa Cecília, absolutamente impressionante por seu tamanho e pela riqueza de detalhes.






Foi em Albi, no ano de 1864, que nasceu Toulouse-Lautrec, pintor pós-impressionista e litógrafo, famoso por retratar a vida boêmia de Paris, vida boêmia esta que lhe custou a própria vida, pois faleceu aos 36 anos de idade de sífilis.

É em Albi que está localizado o Museu de Toulouse-Lautrec, em que podem ser vistas não somente as obras do pintor, como também seus cadernos com desenhos e esboços. Se quiser saber um pouco mais sobre o museu, você pode acessar o site.