"Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende"
Leonardo da Vinci

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O preço do medo

Li há pouco no blog "Um mundo para chamar de meu"  (Medo não! Pavor de avião...) sobre o medo de avião que aterrorizou a mãe da autora.

Pois bem. Avião não me assusta. E olha que já passei por situações bem aterrorizantes em voo. Mas, se não tenho medo de avião, desde sempre, tenho medo de dentista, ao ponto de sentir descarga de adrenalina só de sentir aquele cheiro tradicional de consultório de dentista. E, para me sentir mais segura, a única pessoa que permito que chegue perto dos meus "dentinhos", mesmo que para fazer uma simples limpeza, é a Dra. Sandra, que cuida de mim há uns 15 anos e em que confio de olhos fechados.

Eis que, aqui em Toulouse, um dos meus "dentinhos" não tão "inho" assim, um molar, resolveu quebrar. "Putz", pensei, "tenho que ir a minha dentista" (detalhe: nem cogitei de ir a um dentista aqui). O pedaço que quebrou foi tão pequeno que pensei que não teria problema em esperar.

Algum tempo depois, meu dente resolveu me provar que minha teoria estava errada. Acordei com uma brutal dor de dente e com a gengiva inchada (e o rosto também, claro). Mandei um e-mail para a minha mãe no melhor estilo "SOCORRO!". Relatei os fatos e pedi para ela entrar em contato com a Dra. Sandra e perguntar o que eu deveria fazer. Minha dentista, fofa como sempre, me prescreveu um anti-inflamatório, que mamãe trouxe quando veio me visitar, e "me mandou a real": eu ia ter que procurar um dentista aqui!

Fonte: Blog Dama das Camélias
Juro que, desobediente, tive a "cara de pau" de esperar que, com o remédio, o inchaço fosse sumir e eu fosse poder esperar para ir ao dentista quando voltasse ao Brasil. E assim fiquei sentindo dor e convivendo com o inchaço por umas 2 semanas, quando, por fim, vendo que não ia melhorar magicamente, me rendi e lá fui eu ao dentista.
Primeira consulta: remédios para a dor e para a inflamação e a explicação sobre o que eu estava passando. Por causa do pedacinho quebrado, eu tinha conseguido uma inflamação na polpa da raiz do dente e, por isso, ia ter que me submeter a um tratamento de canal. Marcamos uma nova consulta e eu fui embora, devidamente medicada.

Caramba! Saí do consultório me sentindo a última das mortais. Um tratamento de canal! Eu nunca tinha passado por isso! Sou absolutamente chata com os meus dentes: passo fio dental antes de cada escovação, escovo regularmente, higienizo com água oxigenada 10 vol. e uso flúor! Canal!?!? Sentia como se tivesse sido premiada com um certificado de relapsa! Fora que com esse nome, "tratamento de canal", isso deve doer horrores!

Segunda consulta e eu já entro no consultório fazendo milhares de perguntas, que, "de cara" explico que são condicionantes ao tratamento, entre as quais a debutante: esse tratamento é feito com anestesia, certo? Errado. O dentista me explicou que para aquele procedimento ele preferia não utilizar anestesia, salvo se eu sentisse dor, mas que ele prometia que ia com calma e que eu não sentiria dor alguma.

Promessa feita e cumprida, 25 minutos depois de entrar no consultório, saí com o dente devidamente tratado e com uma triste lição aprendida: se um dente quebra, não importa se "pouquinho" ou não, devemos tratá-lo logo, sob pena de danificá-lo gravemente...

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