Na semana que passou, no mestrado, estávamos tendo aulas sobre gestão de equipe com uma psicóloga cujo trabalho é prestar assessoria aos administradores de grandes empresas e ao setor de recursos humanos de tais sociedades.
As aulas foram bem interessantes e aprendemos muitas técnicas importantes, para condução de entrevistas (na qualidade de entrevistadores e entrevistados), comunicação em grupo e gestão de crise, parte que, particularmente, eu acho a mais interessante.
A metodologia, contudo, podia se tornar, algumas vezes, um pouco enfadonha, pois precisávamos representar e interpretar, como atores de teatro. É uma técnica que é bastante apreciada pelos franceses, a que chamam "jeu de rôle", que importa em representar uma situação e incorporar um personagem como forma de aplicar, na prática, o que foi ensinado em teoria. A idéia é até boa, mas em excesso se torna um pouco cansativa...Ao mesmo tempo, funciona muito bem para aplicarmos, na prática, os conceitos teóricos apreendidos.
De qualquer forma, algumas das técnicas apresentadas em classe me fizeram lembrar muito do curso de análise transacional (AT) que fiz (AT101) e tem atiçaram a vontade de concluir a formação em análise transacional, com a participação no curso de AT202.
Além disso, me fizeram ter a vontade de "furar a fila" das minhas leituras e começar a ler um livro de Eric Berne, criador da AT, "Que dites-vous après avoir dit bonjour?", livro que também foi editado em português e cuja leitura recomendo. Afinal, as relações e inter-relações humanas são eventos do nosso dia-a-dia, não sendo exclusividade de gestores, administradores, advogados e psicólogos.
Apesar de todo o meu interesse pelo tema e do grande prazer que tive em participar dessas aulas, não pude perdi um tempo da aula porque estava com uma incapacitante dor de dente., mas, seguindo as regras da faculdade, avisei ao meu inspetor de estudos, tomei um remédio para a dor e me apresentei para as aulas da tarde, oportunidade em que expliquei à professora sobre minha ausência. A professora, grife-se, psicóloga, se limitou a dizer que era uma pena que eu não tivesse assistido a aula, pois estavam tratando sobre um tema interessante.
Fonte: Talvez você tropece nisso... |
Um após o outro, meus colegas se apresentaram. E após cada apresentação, éramos convidados a apresentar nossas observações pessoais, que eram seguidas das observações da professora. A essa técnica, conhecida e muito utilizada em Biodanza, chama-se "feedback", e é uma excelente forma de aprendermos e percebermos a visão do outro sobre nossas atitudes.
Quando todos terminaram suas apresentações, a professora começou a querer me passar um sermão por não ter assistido ao primeiro tempo da aula e que, por causa disso, eu não poderia me apresentar. Mas eu havia "antevisto" essa atitude da professora e não me surpreendi. Diga-se de passagem, desde o primeiro dia, a professora demonstrou uma postura favorável a admoestação verbal aos alunos, como se estivesse lidando com crianças, e um enorme prazer em censurá-los e constrangê-los.
Como eu havia previsto, ela começou o sermão num tom ríspido ao que respondi que, minha falta ao primeiro tempo foi justificada e que, apesar de não ter tido tempo de preparar uma apresentação, não tinha nenhuma objeção a me apresentar, pois havia apreendido o suficiente durante as apresentações de meus colegas e que, como era um exercício para todos os alunos do mestrado, nada mais justo que eu me submetesse a ele, também.
Ela, sim, não havia previsto minha reação e adotou a mais estranha das posturas. Ela disse que eu não poderia me apresentar, pois estaria em vantagem com relação aos meus colegas, já que teria assistido as apresnetações deles. Argumento absolutamente desprovido de qualquer razoabilidade. Vantagem? Todos assistimos as apresentações de todos. O último a se apresentar, necessariamente, teria assistido a todas as demais apresentações, certo? Em que consistiria a tal "vantagem"? E eu a questionei sobre esse argumento.
Sem conseguir defender seu argumento, ela resolveu buscar "apoio" nos meus colegas de turma, transferindo-lhes a responsabilidade sobre a decisão. Assim, perguntou-lhes se queriam me ouvir e teve que engolir a soberba quando todos os meus colegas, de forma unânime, se manifestaram a favor da minha apresentação.
A apresentação transcorreu de forma bastante tranquila e recebi os melhores "feedbacks" possíveis de meus companheiros de mestrado. A professora, contudo, limitou-se a concordar com meus colegas, sem emitir sua opnião.
Sinceramente, a postura adotada pela professora foi desarrazoada e deselegante, mas, felizmente, não foi corroborada pelos meus colegas, que me recompensaram com seu apoio.
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