"Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende"
Leonardo da Vinci

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dor de dente

Antes de viajar, fiz um check up completo, que incluiu uma visita à minha dentista, que além de ser uma pessoa adorável, é uma profissional altamente qualificada.

Tudo certinho. Nada precisando de atenção especial. Parti tranquila.

Cheguei aqui e, já no dia seguinte, comecei a sentir uma dor de dente fortíssima, que não me permitia, sequer, fechar a boca normalmente.

Eu que sou super neurótica com a minha saúde de forma geral, e em especial com a saúde bucal, corri para o fio dental e o flúor, mas a dor, ao invés de melhorar, aumentava e agora já se alastrava por dois outros dentes...

Observei meus dentes no espelho e, fisicamente, nada havia que justificasse aquela dor tão chata.

Foi então que me toquei da possibilidade de estar diante de um caso concreto de somatização, que é caracterizada essencialmente pela presença de sintomas físicos que exteriorizam (materializam / manifestam) o estado psíquico do indivíduo.

Já ouviu falar que o corpo fala? Pois bem... No meu caso, ele deixou a educação de lado e, ao invés de falar, como um ser civilizado, resolveu gritar... Ou será que ele queria me fazer gritar?!

Os dentes, salvo engano, pois não sou especialista nisso, estão relacionados a insegurança, medo, perda de controle.

Ora bolas, eu saí do conforto do meu sacro-santo lar (dramático, né?) e vim parar noutro país, longe da
 minha família e dos meus amigos, longe do meu trabalho e de tudo o que me é comum... Não era para sentir medo? Não era para me sentir sem controle sobre a situação? Pois, faz todo o sentido do mundo, pelo menos, para mim.

Quando me conscientizei do medo (que nunca neguei sentir, mas que talvez não tivesse noção da sua real dimensão) e da aparente falta de controle sobre a situação, em razão, especialmente, da sua novidade, a dor foi embora da mesma forma que chegou: de uma hora para a outra, sem qualquer explicação ou aviso prévio.
(Tudo bem, dor, não estou reclamando... Pode ir, tranquila... Não quero nem a explicação, nem o aviso... Pode ir...)

É engraçado como, mesmo que nos conheçamos bem, ou que julguemos conhecer, o nosso corpo esconde muitos mistérios e sempre haverá algo novo a aprender.

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