"Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende"
Leonardo da Vinci

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A terra do "bonjour"

Pra quem assistiu o filme "Julie & Julia", nada mais marcante do que Meryl Streep, atriz que interpretou Julia Child, dando "bonjour" a todos que encontrava...

Pois é... E o "bonjour" tem toda uma entonação que não aprendemos nas escolas de línguas. Confesso que fico repassando o meu "bonjour" sempre que o falo ou escuto a sonora saudação.

E, acredite, escutamos esta saudação várias vezes durante o dia...

Sabe aquele meneio com a cabeça que damos quando, educadamente, queremos cumprimentar alguém sem falar nada... quase esperando que a pessoa nada tenha a nos dizer? Pois bem. Isso aqui parece não existir... Ninguém escapa do "bonjour".

E o "bonjour" é dito com tamanha sonoridade, tanta musicalidade, que você acredita que se o dia não estava bom o suficiente, agora ele será efetivamente muito melhor, do início ao fim. É uma saudação revigorante!

Mas o mais intrigante é que, na terra do "bonjour", onde estranhos se saúdam (principalmente no campus da faculdade e nas ruas ao seu redor), há também a prevalência de uma outra expressão, de cunho tão distinto da primeira, que é o antipático "je ne sais pas", ou, no bom e velho português, "eu não sei", que, às vezes, pode ser entendido (ou subentendido) de forma um pouco mais antipática ainda... algo como "não tenho ideia" ("e, sinceramente, não me importo")...
Caramba! Socorro! Se você, que é francês, não sabe como funcionam as coisas na França... Danou-se...

O "bonjour" é, certamente, muito mais simpático que o nosso mero aceno de cabeça (ou levantada de sombrancelha - fica ao gosto do freguês). Isso é verdade. Mas, ao menos, com o nosso meneio, nós já damos ao interlocutor a noção de que o estamos cumprimentando, sim, mas que não estamos dispostos a nos alongar ou nos aprofundar em qualquer assunto... É como se disséssemos: "Olá. Eu lhe vi, mas não precisamos conversar, ok?". Antipático? Pode ser, mas não criamos falsas expectativas...

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