Fiz duas provas “cascudas” na sexta-feira passada, 22/10, ambas discursivas: uma de Direito Aeronáutico e outra de Gestão Aeroportuária.
Mas como diz o ditado: “depois da tempestade, vem a bonança” (eu prefiro aquela “depois da tempestade, vem a ambulância”, mas tudo bem...).
Pois bem... Minha “ambulância” veio com a “silhueta” de um trem; um trem que me levaria para conhecer Carcassonne no sábado seguinte a prova. Eu disse “silhueta”, pois, em razão da greve, o trem não saiu e tive que ir a Carcassonne de ônibus; trocar a estação de trem pela rodoviária; e uma viagem de 50 minutos por uma de mais de 2 horas...
Tudo bem... A “ambulância” estava meio bichada, mas tudo bem...
Inicialmente, minha passagem de trem estava marcada para 11:42 e cheguei na estação com 1 hora de antecedência. Tive que trocar o trem das 11:42 pelo ônibus de 12:15. Ou seja, toma de esperar... em pé, pois a rodoviária de Toulouse faz a Novo Rio (do Rio de Janeiro) parecer um shopping center... Por fim, não agüentei e sentei sobre a mala...
Quando o ônibus chegou, uma grande quantidade de passageiros se apinhou envolta do veículo, todos querendo entrar primeiro para garantir seu espaço, mas estou aprendendo o “estilo francês” de ser e tratei de colocar rapidamente a minha mala do compartimento do ônibus e entrar.
Enquanto esperava o ônibus, fiz “amizade” com duas portoriquenhas que chegaram cedo à rodoviária, pois estavam marcadas para o trem das 10:00 (que também foi cancelado, em razão da greve). No ônibus, nos sentamos perto umas das outras no ônibus.
Quando o ônibus estava quase saindo da estação, uma garota veio correndo e o motorista, gentilmente, parou o ônibus no meio do caminho para que ela pudesse entrar.
Que sorte a dela, pensei...
Mas bastaram alguns segundos após a entrada da menina para eu pensar “que azar o nosso”!
A menina estava com um cheiro tão forte de "cecê" que eu comecei a não conseguir respirar. E só conseguia pensar que a viagem duraria mais de 2 horas... As portoriquenhas também não estavam agüentando o cheiro, e, ao perceberem minha aflição, me deram um pedaço de cânfora para que eu cheirasse.
Não sei se foi o cheiro da menina, ou o cheiro da cânfora, ou o calor do ônibus (que ninguém considera a possibilidade de ligar um ar condicionado por aqui), ou tudo isso misturado, mas só sei que fui ficando cada vez mais enjoada, comecei a salivar e por duas vezes achei que fosse chegar “as vias de fato”, mas consegui me controlar (sabe lá Deus como).
Daquele ponto para a frente, dane-se a boa educação. Não dava pra fazer cara de paisagem com um cheiro daquele ardendo nas minhas narinas cada vez que inspirava e me deixando cada vez mais enjoada. Puxei a gola da minha blusa pra cima (estava de blusa com gola alta) cobrindo o meu rosto até a altura dos olhos e coloquei os óculos escuros de forma a forçar o tecido a ficar o mais próximo do meu rosto possível e fui respirando o meu próprio perfume o resto da viagem.
Quando chegamos a Carcassonne, parei numa banca de jornais na própria estação para, como faço sempre que chego numa cidade nova, comprar um mapa da cidade. Lá fui atendida por um senhor muito simpático que me presenteou com um chocolate. Agradeci a gentileza, mas guardei o chocolate na mochila... Meu estômago ainda estava traumatizado demais...
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